11dez07
Eternidade Inútil

Até morrer estarei enamorada
de coisas impossíveis:

tudo que invento, apenas,
e dura menos que eu,
que chega e passa.

Não chorarei minha triste brevidade:
unicamente alheia,

a esperança plantada em tristes dunas, em vento, em nuvem, n’água.

A pronta decadência,
a fuga súbita
de cada coisa amada.

O amor sozinho vagava.
Sem mais nada além de mim…
numa eternidade inútil

(Cecília Meireles)

[vários postzinhos hoje, ops, desde ontem.]



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